(Recordando o primeiro post deste cantinho dedicado à dona do meu sorriso...Laura...)
16 Maio 2007
Somos duas, mas ainda não nos olhámos nos olhos... Somos duas, mas ainda não sabemos os cheiros, os toques... Somos duas, mas desconhecemos as cores e as formas...
Sendo duas, somos uma emoção só... grande... imensa... como um grito que condensa o mundo... como sorrisos que se recusam a deixar o rosto, mesmo quando não estão lá...
Sabes que sinto quando sorris?! Sinto o teu sorriso na forma como me tocas por dentro, como espetas um pé aqui e uma mão ali... Sinto-o nos teus soluços, nas batidas do teu coração... e sinto que sentes quando eu sorrio...
Somos duas e, não sabendo muito, já adivinhamos tanto...
Ao reler estas palavras sorrio por dentro e por fora e sinto-me transbordar de qualquer coisa imensa, maior que eu, maior que o mundo. Era o início da história de um grande amor. Quantas promessas de momentos e sensações únicas! Toda eu era emoção, expectativa e felicidade... vinha aí a minha Laura! Como eu a sentia então!
Já passaram 5 meses desde que a olhei nos olhos pela primeira vez e a verdade é que nunca mais deixámos de nos olhar. Os nossos olhares são longos e originam, invariavelmente, sorrisos luminosos.
Posso dizer seguramente que estes meses têm sido os mais fantásticos da minha vida. Não tinha noção rigorosamente nenhuma de como seria... Nunca tinha acompanhado, de perto, o crescimento de uma criança desde o primeiro minuto. Experiência na matéria? Nada! Aliás, os bebés pequeninos sempre me fizeram muita confusão; sempre evitei pegar-lhes, não fossem cair no chão e partirem-se em mil pedaços. Isso é que era uma carga de trabalhos...
Hoje, 5 meses volvidos desde o nascimento da Laura, digo que ser mãe é a melhor parte da minha existência. Ela é o meu sorriso, o meu olhar, o meu pensamento, o meu coração... E pensar que vivi 36 anos sem a ter... Como estas coisas são estranhas! De repente, a vida divide-se em dois períodos e o antes de Laura aparece subitamente longe e envolto num nevoeiro denso. O presente é feito de sorrisos, emoções, cumplicidades, descobertas... e como tudo faz sentido!
Há um pensamento fantástico que diz "Ensina-se uma criança a amar, amando-a. (Goethe). Não será por falta de amor, Laura, não será...
Adoro-te, meu docinho... e sorrio-te... Parabéns...
:o)))))))))))))))
Laura
Estas palavras são para ti, expressamente para ti, meu amor. Quero dizer-te tanta coisa!! O meu coração não sabe por onde começar... Provavelmente tu lês tudo no meu olhar, mas apetece-me dizer-to com todas as letras.
Adoro quando me olhas nos olhos e me sorris. Os teus olhos são brilhantes, enormes, curiosos, tão expressivos! Apetece mergulhar neles... Sabes que acho que olhas para mim de uma forma especial? Ou será que sou eu que quero que assim seja? Às vezes sinto que o teu olhar me diz És a minha mãe, a pessoa mais importante nesta fase da minha vida e eu adoro-te! Sinto isto no teu olhar. Provavelmente sentirás o mesmo no meu. Os nossos olhares não deixam dúvidas... reconhecemos o amor que sentimos e a importância que cada uma tem na vida da outra... Os sorrisos, esses, estavam destinados há muitos meses, desde que soube que vinhas a caminho. Lembras-te? És a dona do meu sorriso desde então e serás sempre. Curiosamente, sorris desde o primeiro minuto. É verdade...
E os abraços? Estás sempre tão quentinha, meu docinho. A forma como te aninhas e te seguras só me fazem apertar-te mais e mais. Quando te tenho assim sinto que nada de mal te pode acontecer, como se eu pudesse tudo, contra todos. Torno-me uma mulher mais forte, corajosa e determinada, tudo porque te tenho nos meus braços. É nestes momentos que te sussurro palavras doces ao ouvido que tu pareces compreender...
Estás numa fase muito engraçada. Já agarras bem nos objectos e palras imenso. Temos grandes conversas, não é meu amor? Estás cada vez mais atenta ao que te rodeia e dou por ti a olhar, meio perplexa, meio incrédula, para muitas coisas. Uma das que te chamam mais a atenção são os azulejos da cozinha dos avós. Deve ser de serem tão pavorosos! Olhas e voltas a olhar... Parece que te ouço...Avô, tens de trocar os azulejos da cozinha que a minha sanidade mental está a ficar comprometida! Outra coisa que chama a tua atenção são os padrões dos tecidos, desde os lençóis às mantinhas, passando pelo pijama da mãe e a camisa que o pai traz vestida. Será que temos estilista?! Continuas a levar imenso as mãos à boca e a não gostar particularmente de chupeta. Já os dedos da mãe e do pai...ui, que belo pitéu! Adoras que te adormeça fazendo festinhas, ao de leve, no teu rosto. Aliás, só assim adormeces à noite. Meto-te a chucha e acaricio-te o rosto com ambas as mãos. Tu agarras as minhas com as tuas e, pouco a pouco, vais deixando os teus bracitos cairem... É assim que sei que estás já a dormir profundamente.
O tempo está a fugir, Laura! Um dia destes a mãe vai trabalhar e a nossa rotina vai mudar completamente. Vou sentir tanto a tua falta! Mesmo agora já me custa estar meia-hora que seja longe de ti... Neste momento veio-me à memória uma expressão lindíssima do nosso Camões que traduz esta sensação. Na obra Os Lusíadas, no episódio das Despedidas em Belém, que retrata a partida das naus de Vasco da Gama na viagem que culminaria com a chegada à Índia, surgem as palavras saudosos na vista. Estas pretendem retratar as saudades que os familiares e amigos daqueles que partem já sentem, apesar dos entes queridos ainda ali estarem na sua presença. É uma espécie de sofrimento por antecipação relativamente àqueles que vão seguir viagem. Eu já sinto saudades tuas, Laura, apesar de te ter ainda até ao final do ano só para mim... Saudosa na vista, é como me sinto...
És a minha vida, mais que isso, és tão vital para mim como o ar que respiro. Vieste colocar um sorriso permanente no meu rosto. Vivo em estado de graça porque todos os dias são dias de Laura. Não há segundas, nem terças, nem quartas...há dia de Laura. E como são adoráveis todos os dias, todas as horas, todos os minutos...preciosos!
Amo-te... e sorrio-te...
:o)))))))))))))))))))
A minha mãe incumbiu-me de relatar, na primeira pessoa, as emoções de domingo. Para os mais distraídos, eu fui baptizada no passado dia 11 de Novembro.
Foi um dia especial. A mamã estava um pouco apreensiva, mas posso dizer que me portei como uma autêntica senhora! É verdade! Desde a cerimónia até às fotos, passando pela festa, estive sempre bem disposta e risota. Mas vamos por partes...
Acordei às 7.30 da manhã e não preguei mais olho; parece que adivinhava festa. Por volta das 10.30 chegou o fotógrafo para registar a bela da banhoca e preparativos, que isto de ser princesa por um dia tem os seus custos. A essa hora os meus papás já estavam todos aperaltados, que o dia era de festa. A banhoca, como sempre, foi uma delícia. Nem o facto de ali andar um estranho atrás de mim me incomodou. A minha madrinha atrasou-se um pouco e, enquanto ela não chegou para me vestir, ainda mamei. Que bem que soube!! Até isso o senhor registou, com a máquina bem em cima de mim e da mamã! Quando a Pal chegou (devem reconhecê-la de alguns comentários), vestiu-me com todo o cuidado e carinho. A mamã esteve sempre por ali, ora ajudando, ora fazendo graçolas e cantando para que eu ficasse bem nas fotografias. O papá fez a vez do padrinho e calçou-me os sapatinhos. Essa era uma tradição que desconhecíamos. O meu tio não veio cá a casa porque a minha primita tem só mais dois meses que eu e era complicado. O meu vestido era lindo, digno de uma princesinha. E que boneca eu fiquei com ele vestido! Vou convencer a mamã a colocar aqui uma foto para vocês verem...
Entretanto alguns convidados começaram a chegar e eu comecei a ficar impaciente. Estava com soninho e ver muita gente inquietou-me, porque são caras que conheço mal. Ainda queriamos tirar mais fotos na sala, com os padrinhos e os avós. A mamã teve de me acalmar antes, porque entretanto tive uma crise valente de choro, a única durante todo o dia, diga-se! Lá conseguimos tirar as fotos e foi quase a correr que nos encaminhámos para a igreja, uma vez que já eram quase 12 horas. Mal entrei no carro... adormeci. É verdade! O que aconteceu durante o baptismo não sei. Estive sempre muito confortável ao colo da mamã e do papá. Dei conta, a determinado momento, de me molharem a cabeça. Acho que abri um olho, depois outro, senti o meu tio/padrinho limpar-me com uma toalhita e pimba, apaguei de novo,. Nem ai nem ui...nada! Os outros meninos que se baptizaram ao mesmo tempo que eu eram mais velhos e portaram-se bem pior! Parece que o padre, surdo que nem uma porta, se enganou duas vezes no meu nome. Só na sacristia se apercebeu do erro e pediu desculpas... Passei por Lara e Aura e ainda teceu considerações sobre o facto de Aura querer dizer ouro e mais não sei quê... Haja paciência! Para o fim da cerimónia acordei e estive a apreciar aquilo tudo muito bem, de olho bem arregalado e ouvido bem aberto. Que local estranho aquele, tão diferente de tudo! E tanta gente que lá estava! Ainda tirámos algumas fotos e eu estive sempre bem disposta, ao colinho da mãe e do pai.
Xiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii...como está longo este post. Vou abreviar, prometo!
Durante o resto do dia estive muito bem. Quando chegámos à quinta ainda tirámos mais fotos. Inicialmente os meus pais não entravam nas fotos e eu circulei nos colos dos convidados. Má ideia... Comecei a impacientar-me de novo. Choraminguei um pouco e resolvemos o problema facilmente. A partir daí fiquei sempre ao colinho da mamã e os convidados tiraram as fotos com nós três. Acabei por serenar e ainda me tiraram fotos sozinha. Estenderam uma toalhinha na relva e deitaram-me lá. Tenho fotos lindas!!! O resto da festa correu bem também. Comi a papinha, mudei de roupinha, dormi um pouco, distribuí as lembrancinhas e circulei bastante, sempre bem disposta. Ainda mamei, comi bolo e provei champagne, que o meu tio é muito maluco. Fez coceguinhas! Ah, recebi algumas prendinhas, claro! Muitas peças em ouro, roupinha, brinquedos e dinheiro também. Imaginem, isto tudo e nem fazia anos!!!
Foi um dia para mais tarde recordar. O que me fez mais feliz? Sentir que nasci no seio de uma família carinhosa e unida, com muito amor para me dar. Sei que muitos corações palpitaram nesse dia por mim, muitos sorrisos iluminaram rostos e muita emoção embargou algumas vozes. Foi bonito.
:o))))))))))))))
Pois é, a Laura vai ser baptizada no domingo, dia de São Martinho. Giro, giro era irmos todos à adega provar o vinho, mas achámos que seria mais apropriado outro tipo de festa, que isto das adegas pode dar para o torto e não há necessidade...
A minha menina vai vestida de ...princesa! A Laura vai usar o meu vestido de baptismo; tem "só" 36 anos e é daqueles compridos, com touca, naqueles tecidos ricos com pormenores bordados, um miminho. Está em perfeitas condições e pensámos: - Porque não?! Junta-se a beleza do vestido com o simbolismo de já ter sido utilizado pela mãe... e pelo tio/padrinho. Pois é, também serviu para o meu irmão, que antigamente não se fazia distinção nas roupinhas de baptismo relativamente ao género da criança; tudo era "corrido" com o mesmo modelito. É p´ro menino e p´rá menina! Também fica para a história o custo da lavagem do vestido na lavandaria. A minha mãe nem queria acreditar. As senhoras que a atenderam não sabiam bem quanto cobrar. Vestidos daqueles não aparecem e tal... Foram ver a tabela, falaram uma com a outra, pensaram e voltaram a pensar e no fim... 4 euros e não sei quantos cêntimos! Inacreditável! Assim aquele negócio não vai longe, digo-vos eu... Entretanto, a madrinha ofereceu outra roupinha linda, mas bem mais prática, para a festa. Depois das fotos da praxe, a Laura trocará de fatiota. Que chique! Ah , é verdade, vamos ter fotógrafo a fazer a reportagem do dia, desde o banhinho até ao cortar do bolo, no final da festa. A Laura sorri imenso quando sou eu a fotografá-la, agora um estranho, não sei não...
Estou na expectativa relativamente ao comportamento da dona do meu sorriso. É muito bebé ainda e fica um pouco rabujenta quando está ensonada ou com fome. Vamos ver que tal se porta. Pode ser que o baptizado fique na história, como ficou o do meu irmão. Segundo reza a lenda, o meu mano deu um tabefe ao padre em plena cerimónia. Pois é. Molhas-me, toma lá uma lambada! Se a Laura tiver o génio do tio... xiiiiiiiii... eu escondo-me na sacristia!
Depois contarei tudo, tim-tim por tim-tim.
:o)))))))))))))))