Há quase um ano preparámos um enredo para fazer desaparecer o dito cujo da rotina diária da Laura. Na altura, esta tentativa fracassou e deixámos de pensar nisso - queres biberão, bebe pelo biberão. Entretanto, em Fevereiro, começou a beber o leite, pela caneca, na escola - era a única que ainda não o fazia e lá conseguiram que começasse a bebê-lo como os outros. Nem por isso voltámos à investida do Natal. Achámos que era importante que começasse a beber o leite pela caneca nesse contexto, mas em casa... deixá-la!
Ontem, ao lavar a tetina do biberão que usa, reparei que estava cortada do lado oposto ao da saída do leite - ela tinha mordido aquilo de tal forma que lhe abriu um rasgo enorme, inutilizando-a por completo. Ora bem, era a dica que faltava!
- Não temos outra em casa - por acaso até tínhamos uma a mais, mas pronto... -, não há nada a fazer, Laura, hoje já tens de beber o leite pela caneca da Kitty - prenda de Natal do ano passado que acabou por nunca ser utilizada... Houve algum amuo e resistência inicial, mas lá bebeu uma caneca de leite quase sem pestanejar. Muitos elogios, muito orgulho demonstrado da nossa parte e tal e coiso. Hoje de manhã foi o teste derradeiro - bebeu depressa e bem, sem problemas. Hoje à noite a mesma coisa... Resumindo e concluindo, o biberão já era!
Estou muito satisfeita com a forma natural como tudo aconteceu. Era algo que eu sabia que tinha de ser "resolvido" um dia destes, mas nunca dramatizámos a situação nem fizemos disso um cavalo de batalha. Houve uma tentativa séria nesse sentido, não resultou, esquecemos. E agora fomos presenteados com esta situação providencial...
Nisto tudo só há uma coisinha que me deixa ligeiramente combalida - a minha menina deixou de ser bebé, em definitivo... Quando a via agarrada ao biberão ainda tinha essa ilusão, mas agora nada a fazer. A minha Laura está cada vez menos minha...
:o))
Pois bem, quando a Laura se referiu à mãe como "lisinha e estreitinha" quis dizer que a cara da mãe é zona livre de pelos (lisinha) e que o pescoço da mãe é estreito, em comparação com a penugem do pai - Pica, pai! - e com a sua largura de... colarinho. É isto!
:o))
... pelo menos uma pessoa lucrou imenso com a greve - a Laura hoje ficou comigo em casa.
:o)
Ora bem... O que quis a Laura dizer quando, uma manhã, se saiu com esta:
- Mamã, és tão lisinha e estreitinha!
Dica, que eu sou amiguinha - não tem nada a ver com peso!
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Conversa no carro, num destes dias.
- Mamã, os carros compram-se, custam dinheiro?
- Claro que sim, Laura, aliás, tudo aquilo que tu vês e usas custa dinheiro, desde as casas, à mobília, aos livros, à roupa, aos alimentos... TUDO! (blá, blá, blá, nesta linha de raciocínio)
- Percebo, TUDO custa dinheiro e os crescidos têm de trabalhar para poder comprar as coisas.
- Isso mesmo. Percebeste?
- Percebi, mamã
(Silêncio, quase consegui ouvir as ideias dela a borbulhar dentro daquela cabeça!)
- Mamã, se TUDO se compra... as árvores compram-se?
- Na natureza, Laura, há árvores que nasceram sozinhas e que ninguém plantou, mas há outras, aquelas que dão a fruta, que se plantam. Para ter essas temos de comprar uma sementinha e plantar na terra.
- E as pessoas, mamã, também se compram?
(Ups, aqui fiquei um cadinho aflita e estive tentada a explicar-lhe uma ou outra coisa relativamente ao dinheiro, à corrupção, aos interesses que unem as pessoas e as fazem, quantas vezes, esquecer valores e crenças pessoais, ao negócio do tráfego humano que existe até na Europa, à exploração do trabalho infantil, enfim... mas respirei fundo e pensei para mim - Ela é muito à frente, mas só tem 4 anos... Hellllooooo!!!)
- Laura, as pessoas trabalham para ter dinheiro para comprar coisas, mas não podes usar esse dinheiro para comprar pessoas...
- Ah, percebi tudo mamã!
(Ufa...esta miúda dá-me a volta ao discurso... e às ideias!)
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Vem este post a propósito daquelas pulseiras que inundam os pulsos das nossas crianças e que têm formas e cores muito diversas. Quando são muitas não passam de um emaranhado disforme e confuso onde pouca coisa se distingue, mas quando separadas podem ser mágicas... Descobrimos, cá em casa, uma utilidade didática para essas pulseiras... e que utilidade! Elas são do melhor para contar/inventar histórias! A Laura tem algumas - umas 20, nem sei bem! - e sempre que insiste em usá-las consigo fazer com que as tire do pulso, disponha em cima de uma mesa e.... Bem, então a imaginação voa! Seleciono umas 4/5/6 de cada vez e tentamos inventar histórias/enredos em que entrem os objetos que elas representam. As possibilidades são infinitas, as combinações fantásticas! Experimentem... vão ver as gargalhadas deliciosas que vão soltar. São apenas pulseiras, mas podem ser muito mais!
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... hoje veio da escola com uma pulseira verde feita de lã entrelaçada, sinónimo de bom comportamento. Tenho instruções para não a tirar - tratam disso na escola, amanhã. Tenho uma filha... verde!
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- O que é que queres ser quando fores grande, Laura?
- Quero se Mãe!
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... que hoje se comemoram, por aqui, 11 anos de casamento. 11 anos de vida em comum no dia 11.11.11! É obra! É muito 1 junto, até me dá medo! De qualquer maneira, parabéns a nós, maridinho. Tem sido... interessante!;o)
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Ah... muitas vénias aos senhores do SAPO. Podem comer meia dúzia de castanhas e beber um copinho de gerupiga e "pendurar" na minha conta, estão à vontade!
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