É oficial - a Laura irá integrar a turma da sala 8, composta por 25 meninos, do Centro Escolar cá do burgo. Hoje de manhã fui a pé - 5 minutinhos - e essa proximidade sabe muito bem, aliás, esse foi o principal argumento que presidiu à decisão de a retirar da IPSS que frequentava e que ficava numa localidade vizinha. Como é neste Centro Escolar que frequentará o 1º ciclo, fazia sentido a mudança aos 5 anos.
Sem entrar em pormenores, posso dizer que não vim desanimada da primeira reunião com os Encarregados de Educação. A educadora parece-me uma pessoa experiente e descomplicada. A receção aos pais foi bem organizada e, depois de uma reunião geral levada a cabo no ginásio da escola, pudemos ir à nossa sala para uma conversa mais particular com a educadora e a auxiliar. Depois foram-nos mostradas as instalações - e que instalações! Essa parte agradou-me particularmente, confesso. Menos agradável é mesmo tudo o que diz respeito àquilo a que se chama prolongamento horário - 8h/9h da manhã e 15/18h à tarde. Nestas horas, as crianças ficarão entregues apenas às auxiliares e partilharão um espaço comum que, apesar de bem equipado, torna-se exíguo para tanta miudagem. Como é óbvio, a Laura terá de passar por aqui, ainda que eu pretenda fazer os possíveis para a manter o menos tempo possível na escola, coisa que já fazia, aliás. Se entrar mais tarde, levá-la-ei mais tarde, quando sair vou buscá-la imediatamente. Sempre assim foi, assim continuará a ser. A esse propósito, alguém na reunião mais alargada disse uma coisa que me ficou cá e com a qual concordo plenamente - As crianças são vossas, não são da escola, isto à laia de recado para os muitos pais que fazem da escola um autêntico depósito e que consideram que é obrigação da instituição cuidar das suas crianças 10 horas apenas porque são pagas para isso...
De resto, há outras situações novas que causam alguma estranheza como sejam ter de levar lanche e ter trazido comigo uma lista imensa de material escolar para comprar, desde canetas e lápis de cor a resmas de papel, passando por cartolinas, dossiê, cadernos, estojo com lápis, borracha e afia e, imagine-se, três pacotes de bolachas por trimestre. O que foi explicado é que a verba que o ministério dá para materiais não chega para praticamente nada e ali são 9 salas de ensino pré-escolar, para além do 1º ciclo... Para além disso, foi solicitado aos Encarregados de Educação um donativo mensal de 5 euros que servirá para aquisição de outro tipo de material de que a escola necessite. É o estado da nossa nação em todo o seu esplendor...
A Laura está perfeitamente ciente desta mudança, das razões que levaram a ela e parece ter encaixado tudo muito bem. Hoje não foi comigo, mas demonstrou muita curiosidade em saber tudo. Por opção nossa, tem estado em casa comigo ou com os avós, quando o trabalho não me permite levá-la comigo. Achámos que seria confuso para ela retomar a escolinha antiga e os amiguinhos para depois ter uma mudança tão drástica de um dia para o outro. Independentemente disso, já fomos duas vezes à antiga escola e ela pôde rever os amiguinhos. Tenho pena que deixe este grupo - é a única que sai -, mas parece-me que foi a melhor opção.
Falta só acrescentar que na sala imediatamente ao lado - sala 7 - estarão os priminhos Mariana e Diogo. O meu sobrinho conseguiu, finalmente, que uma instituição pública o aceitasse com todos as condicionantes que a situação dele exige. Como criança integrada no Ensino Especial, está numa turma de 20 meninos, entre os quais a mana de 5 anos. Terá um acompanhamento diferenciado e continuará a usufruir das fisioterapias e terapias que tinha em casa, mas na escola. Espero que tudo corra bem também com ele.
E é isto. Dia 14 é o primeiro dia de aulas. Até lá há que "aturar" uma Laura em pulgas para conhecer a nova escola, os novos colegas e a nova professora. Está quase!
:o)