As queridas Raquel e ladybug prendaram este cantinho feito de sorrisos com mais um miminho.
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Bem, deixa pensar em blogs que me arranquem sorrisos e me façam sentir bem neste mundo da blogosfera...Depois de consultar a dona do meu sorriso, decidimos que the oscar goes to...
os segredos de uma jovem mulher
Impulse... só não te protege de criar um novo blog...
Reparei nele enquanto estava à espera de saber notícias da Laura. O pai entrou com ela nos serviços de pediatria - só um parente pode acompanhar a criança - e eu estava na sala de espera. Menino, talvez com uns 7/8 anos, olhar triste e distante, pouco agasalhado... e sozinho. Não estava na sala de espera das urgências de pediatria, mas via-o na outra sala, dos adultos, porque a porta que divide as duas é completamente envidraçada.
Imaginei que tivesse vindo com parentes que estariam a ser atendidos. Esperava por aquele/es que o tinham trazido, talvez por não terem com quem o deixar. Estas ideias assaltaram-me momentaneamente o espírito enquanto tentava distrair-me do choro da Laura que ouvia cá fora e me deixava o coração muito pequenino e apertado.
A certa altura levantou-se. Segui-o com o olhar, curiosa. Foi ao centro da sala, olhou à volta, dirigiu-se à porta, espreitou para fora e voltou a entrar, encaminhando-se para o local onde estava inicialmente sentado. Cada vez mais estranho... Entretanto, fui para junto da Laura.
Demorei cerca de uma hora a regressar à sala de espera, já com a Laura. Enquanto lhe vestíamos o casaco lembrei-me do menino e olhei para o canto onde ele estivera antes. Já não se encontrava lá. Ainda bem, quer dizer que o parente que ele esperava tinha saído e deviam estar a caminho de casa, pensei eu. Senti um inexplicável alívio...
Estávamos precisamente a sair quando o vejo. Vinha a entrar naquela sala com uma mulher que trazia uma criança ao colo. Pude observá-lo de frente e confirmar a tristeza daquele olhar. Os nossos olhares cruzaram-se por fracções de segundos. Estagnei e ouvi a conversa que a senhora teve com a enfermeira que, entretanto, chegara. A mulher estranhara aquela criança ali, sozinha, durante tanto tempo e abordara-a. Estava só, tinha vindo sozinha. À pergunta onde estão os teus pais? - respondeu que a mãe estava a trabalhar e que não sabia do pai. Entre palavras ditas em surdina e de cabeça baixa percebi que tinha fugido e resolvido ir para o hospital, possivelmente por estar cansado e ter frio, pensei eu. Levaram a criança para dentro e nós saímos do hospital.
Apesar da angustia vivida devido à Laura, aqueles olhos tristes não me abandonaram durante algum tempo. Pensei em muita coisa e senti uma revolta imensa por saber existirem crianças a viver situações extremas, inimagináveis para nós, que estimamos as nossas crianças, a quem amamos e protegemos contra tudo e todos. Que raio de mundo este que te deixo em herança, Laura...
Aconteceu. No dia 18 a Laura esteve sempre cabisbaixa, meio parada e com uma ligeira temperatura. Remediei a situação com supositórios Ben-u-ron. Ao fim do dia tinha 39 graus e por volta da meia noite tinha 40.3. A minha bebé ardia. O curioso é que não apresentava quaisquer outros sintomas. Visível, só mesmo a febre. Pais inexperientes ou não, fizemos o que achámos melhor na altura... urgência hospitalar.
Agora sei que o que fizeram também nós podíamos ter feito, mas pronto... não estou arrependida de ter ido. Quando lá chegámos fomos logo atendidos, a noite estava calma. A pediatra observou-a e concluiu o que nós sabíamos... nada de sintomas estranhos que denunciassem a origem da febre. A Laura ainda estava com muita temperatura, pelo que a despiram perto de uma espécie de lavatório que encheram com água morna. A instrução foi que a fossemos cobrindo com uma toalha previamente mergulhada na água. Deste modo, a temperatura desceria. Foi o que aconteceu.
Tenho de dizer que a Laura esteve sempre muito chorosa e queixosa, talvez por se encontrar num local estranho e com batas brancas (acho que já desenvolveu a fobia...) e pela febre que abate qualquer um, ainda mais uma bebé de sete meses e pouco. Entretanto a febre desceu e foi novamente examinada. A médica - espanhola - lá explicou que normalmente os sintomas não surgem logo, mas que em dois/três dias começariam a manifestar-se. Então, nessa altura, poderíamos voltar novamente ao hospital ou ir ao pediatra. O tratamento sugerido para controlar a febre foi aquele que nós já conhecíamos: Ben-u-ron intervalado com Brufen, de quatro em quatro horas. Se a temperatura subisse acima dos 39 graus, repetir aquele "banho" com uma toalha humedecida.
Chegámos a casa por volta das 2.30 horas. A Laura estava agitada e fragilizada, apesar de já não ter tanta febre. Foi uma noite terrível, com ela a acordar de hora a hora. Nem sequer a consegui pôr na caminha dela, dormiu entre nós.
No dia seguinte, já devidamente medicada, não teve temperaturas tão altas. A febre foi controlada. Continuou a não revelar sintomas estranhos, para além da falta de apetite e de salivar imenso, mas isso já é costume devido aos dentinhos que estão a romper - dois, em baixo. A noite correu bem melhor.
Hoje parece que já não é nada com ela! A febre desapareceu e sintomas, nem vê-los. Não sei se ainda se vão manifestar, mas parece-me que o pior já passou. Neste momento dorme, mesmo aqui ao lado, um soninho profundo e calmo, como é costume.
Não sei explicar o que senti quando a vi assim, tão abatida. Foi com o coração nas mãos que a levei ao hospital e assisti à crise de choro compulsivo que teve por lá. Senti-me impotente para consolar a minha princesa. Só desejei que não fosse nada de grave e que passasse depressa, fosse o que fosse... Estes dias andei preocupada e o meu sorriso desvaneceu-se.
Tudo isto serviu para me mentalizar; vão acontecer muitos mais episódios destes, a Laura está exposta e não há amor nem protecção de mãe que a impeçam de adoecer de vez em quando. Faz parte, mas eu ainda não tinha passado por isso. A dona do meu sorriso assustou-me a sério, pela primeira vez, mas o meu sorriso já voltou. Passou...
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Só para informar que foram acrescentadas mais fotos ao slide...Agora não resisto!
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Que saudades eu tenho dos dias de Laura!! Não havia segunda, nem terça, nem sábado, nem domingo. Os meus dias eram dela por igual. Euforia por ser sexta-feira, alívio por ser sábado, angústia por ser domingo, véspera de mais uma semana de trabalho ... não senti isso durante seis meses e que bom foi!
Não posso dizer que voltei à rotina que conhecia antes dos meus dias serem dela, da dona do meu sorriso. Não, pela simples razão de que ela não existia então. Tudo mudou. Apesar do regresso aos dias de feira, tudo é diferente.
No outro dia, em conversa com colegas, apercebi-me do quanto ando a leste relativamente a questões importantes e até fundamentais, respeitantes à classe profissional em que me integro. Mea culpa; andei seis meses ausente, em viagem pelo planeta das emoções. Agora, de repente, estou de regresso. O problema é que continuo por lá, no planeta Laura, ainda não aterrei completamente no nosso, neste... E sabem que mais? É lá é que se está bem. Não há Ministras da Educação completamente lunáticas com carta branca para pôr em prática os seus devaneios; não há governos que mascaram o corte de despesas com preocupações relativas a sucesso escolar e qualidade do ensino; não há sindicatos medíocres que apenas se servem a si próprios; não há uma opinião pública que nos crucifica sem apelo nem agravo; não há pais que se demitem de educar, responsabilizando a escola por cumprir o papel que é, primordialmente, deles. Enfim...
Quero fugir de novo para o planeta das emoções, onde os dias são todos da Laura. Quero acordar sem ter outra procupação que não seja fazê-la sorrir e mimá-la muito, muito... Vá lá, só mais um bocadinho...
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Psiuuuuuuuuuu... teclem baixinho para ver se a minha mãe não se apercebe que, mais uma vez, me "apoderei" aqui da máquina...
Pois é, sete meses e tal, tudo muito bom, muito bonito, mas também há reclamações a fazer! Ora leiam:
- SAL...quero, exijo... SAL! Depressa, que não posso mais com estas sopas sensaboronas que me obrigam a engolir diariamente!
- eu queria tanto que as pessoas me compreendessem! Eu falo, falo, mas todos me respondem de forma incompreensível. Que diálogo de surdos! Vocês, que são grandes, deviam aprender a linguagem dos bebés. Isso é que era de valor!
- estou farta de tanta roupa em cima. Quero sol e calor para começar a não ter de levar com mangas sobre mangas, gorros e casacos que me incham e fazem parecer uma melancia enorme! Qu´ horror!
- sapatos e mais sapatos... Mas por que razão insistem nos sapatos? Eu nem sequer ando ainda. Sabem o que me dá mais prazer? Conseguir descalçar-me! A minha doce mãe fica possessa (não gosta de me ver descalça), mas eu adoro.
- e o banho???? É tão rápido! Nem me deixam chapinhar à vontade, é sempre a correr. Devem pensar que fico com frio, mas não, gosto tanto! Por mim durava muito mais tempo. Estou desejosa de ver o mar. Já sei que é muito grannnnnnndddddddddddddddeeeeeeeeeeee, nada parecido com a minha banheira, mas aposto que vou gostar muito e que não vou ter medo nenhum!
- mas digam-me lá uma coisa... que mal faz eu gostar de meter TUDO à boca??? Em que é que isso prejudica quem quer que seja??? Que maçada! Sempre atrás de mim, sempre a afastar coisas e a darem outras sem qualquer interesse... O que me safa são mesmo as minhas mãos que, na falta de melhor, servem perfeitamente para me ir entretendo. Felizmente essas, as mãos, fazem parte do pacote, não m´as podem desatarrachar e esconder... Bahhhhh, por favor!
- queria mais tempo com a minha mãe e o meu pai... Onde andam eles parte do dia? É tão bom quando os reencontro à noite. Não há direito! O Pai e a Mãe deviam estar sempre com os filhos, SEMPRE! Esta coisa da saudade... Eu tenho para mim que é um sentimento que me vai atormentar o resto da vida, ai vai, vai!
Tenho dito!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Este coração pertence a uma querida amiga que o quis partilhar com todos os seus amigos.
Entretanto, a minha Laura pediu-me para agradecer aos que, desde a minha barriguinha, nos têm acompanhado. Que melhor gesto que este para o fazermos? Obrigada pelo carinho que nos têm dedicado. Se a nossa vida é feita de Mil Sorrisos, alguns têm origem nas vossas palavras doces e ternurentas. Por isso, partilhamos o nosso coração com todos... Obrigada!
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