Contexto - aula de Oficina de Teatro, exercício de improvisação, dois alunos em ação. No meio da representação, um deles saiu-se com esta:
Aluno - " E depois chegou uma senhora de idade de 40 anos..."
Eu - Alto, pára tudo! Repete lá isso!
Tive de interromper e pedir satisfações! Ó pá! Fiquei muito indignada - ou assim pareci! - e eles riram a bom rir com a minha reação intempestiva. A coisa passou-se e depois, mais tarde, lembrei-me que quando tinha a idade deles devia ter essa perceção dos quarentões que me rodeavam. Compreendo-os, mas não os desculpo! Não se diz isso na presença de uma jovem - de espírito, sempre! - de 40 anos!
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... vão ser instituídas pulseiras com as três cores da praxe para avaliar o comportamento dos catraios. Parece que há lá alguns que já começam a dar um arzinho da sua graça e pensou-se que este sistema pudesse, de alguma forma, levá-los a tentar chegar ao verde, que é como quem diz, a ostentar a pulseira do bom comportamento... Isto também vem na sequência da chamada de atenção de uma Encarregada de Educação que se queixou que acabava por não saber como o filho se tinha portado na escola, uma vez que não chegava à fala com a educadora nem com a auxiliar devido às horas a que deixava/ia buscar a criança. Portanto, a partir de segunda feira, temos pulseira! Já explicaram tudo às crianças e nós, em casa, reforçámos a explicação. A Laura comprendeu e compreendeu tão bem que logo disse - Mamã, eu sou verde! E ela, sem saber, utilizou a sua primeira metáfora - é verde!
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Oferecemos à Laura, nos dois últimos natais, a quinta e a casa de família da coleção da LEGO. Pouco a pouco a Legomania foi-se apoderando dela - e de nós também, pronto! - e agora é vê-la a fazer e a refazer casas com a mesma desenvoltura com que folheia um livro ou muda a roupa às bonecas. Adora e consegue entreter-se imenso tempo a Legocriar, como lhe chamo. Fica o registo...
(foto removida)
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Sempre puxei muito pela Laura em termos linguísticos. Desde as histórias às cantorias, passando pelas conversas e brincadeiras, a palavra sempre foi importante. Talvez por isso a Laura tenha começado a falar corretamente tão cedo. Na verdade, nem passou pela chamada fase do "falar à bebé", começou logo a utilizar o nosso vocabulário e sempre com uma pronúncia muito correta. Atualmente as brincadeiras em torno da palavra continuam e há dois "jogos" que fazemos amiúde, nomeadamente nas nossas viagens de carro a caminho da escola ou no regresso a casa:
- jogo das rimas - eu dou uma palavra e ela tem de responder com outra que rime com a primeira. Tambem invertemos os papéis, ela diz uma palavra e eu tento encontrar outra que rime com essa;
- jogo dos plurais - eu digo " um cão", por exemplo, e ela diz "dois cães"... Há plurais mais difíceis e eu insisto em palavras terminadas em -ão, -al,
-el ou -il. Isto faz com que ela interiorize a informação de forma inconsciente e lúdica. Assim, sabe que se diz papéis e não papeles, funis e não funiles, etc.
Pode ser defeito de profissão, mas acho que é de extrema importância o domínio da língua falada e escrita. A Laura tem apenas 4 anos e nestas idades pouco se pode fazer em termos de escrita, mas a oralidade pode e deve ser exercitada desde cedo. Livros, histórias, as simples conversas, tudo pode reverter a favor da desenvoltura linguística. Os livros têm um custo, é verdade, mas as conversas, as brincadeiras, os joguinhos não custam nada e exigem apenas duas coisas sem as quais nada se faz - vontade e alguma criatividade!
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Hoje saiu-me esta à hora do jantar. Ela e a Mariana - a minha querida sobrinha - comeram a sopa num ápice. Riram que nem perdidas com o final!
Era uma vez um príncipe que era muito bonito e simpático, mas tinha um problema - tinha as orelhas enormes! Ele usava o cabelo comprido para as tapar, mas as pessoas acabavam por nem se incomodar com isso porque ele era realmente bonito e extremamente prestável. O pequeno príncipe era feliz, apesar daquela pequena/grande contrariedade.
Ora, certo dia, chegou ao reino uma menina linda, de cabelos longos e sedosos que captou a atenção do príncipe. Ela, como todos os outros, não se deixou intimidar pelo tamanho das suas orelhas e os dois tornaram-se grandes amigos. Andavam juntos na escola e passavam muito tempo a conversar e a brincar um com o outro. A menina, que usava sempre o cabelo solto, certo dia decidiu fazer um rabo de cavalo e - surpresa das surpresas! - o seu novo penteado deixou bem visível as suas enormes orelhas! Afinal, o príncipe e a menina tinham mais coisas em comum do que pensavam! Isso só os aproximou e, com o passar dos anos, a amizade cresceu e o amor apareceu... Namoraram, casaram e foram pais. Tiveram uma menina linda que nasceu... com o nariz enorme!
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... tivemos bruxa!
(foto removida)
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