Há uns quinze dias pediram-nos, na escola, que "construíssemos" a capa para guardar os trabalhos da Laura, no final do ano letivo. Como diretrizes disseram-nos que o tema teria de ser o mar/marinheiros - nome da sala - e que bastava dobrar uma cartolina ao meio, colar as margens laterais e decorá-la a gosto. Como acho que estas coisas, mais do que ficaram muito bonitinhas e perfeitas, devem ser feitas pela criança em colaboração com os pais, meti mãos à obra. Imprimi desenhos de peixinhos e de um barco que a Laura pintou a caneta de feltro. Comprei guaches e usámos uma esponja que cá tínhamos e cuja forma se assemelha a uma onda. Transformá-mo-la em carimbo... Depois, ela ajudou-me a descobrir, em revistas, as letras necessárias para compor o seu nome. Finalmente, dei um arzinho da minha graça pintando dois sóis e umas "andorinhas"... O produto final é o que se segue. Ficou meio trapalhão - principalmente a parte do carimbo/ondas, - mas foi feito por ela.
Missão cumprida...amanhã já a levamos!
:o)
... a questão que ficou em aberto do último post - ingresso da Laura no Ensino Público e a minha apreensão a esse respeito. À laia de contextualização, há que saber que a Laura ingressou numa IPSS quando tinha 1 ano e 2 meses e que aí tem permanecido. Essa instituição fica numa localidade vizinha e optamos por ela por duas razões de peso - primeiro, aqui não havia qualquer oferta que preenchesse os nossos requisitos, fosse ela pública, privada ou IPSS. Depois, esta instituição acolheu-me, a mim e ao meu irmão, durante praticamente 6 anos, ainda que as instalações atuais sejam completamente novas e a estrear pela Laura. No entanto, a mesma instituição, mais de 30 anos depois...
Entretanto, este ano letivo abriu o tão esperado Centro Escolar aqui do burgo (ensino pré-escolar e 1º ciclo). Tem condições físicas excecionais, um aspeto esteticamente apelativo e muito agradável à vista e está equipado com tudo, desde Biblioteca Escolar a pavilhão Gimnodesportivo, passando por diversas áreas exteriores de parque infantil e campos de jogo. Ah... um pormenor... da janela do meu quarto vejo uma parte considerável do recreio dos miúdos do 1º ciclo. Mais perto é impossível - 3 minutos a pé. Será neste Centro Escolar que a Laura frequentará o 1º ciclo e aí surge a razão que presidiu à decisão - queremos que ela faça um ano de transição na escola antes da entrada no 1º ciclo.
A apreensão surge por várias razões, mas principalmente por uma - o centro escolar tem capacidade para 16 salas de 1º ciclo (416 alunos) e oito salas de jardim-de-infância (200 crianças). Agora a "moda" é esta - centros escolares megalómanos com todas as condições físicas que nós possamos imaginar e desejar para os nossos filhos. O problema é que o número de funcionários é escasso para tanta miudagem... Há dinheiro para construir, mas não há dinheiro para pagar a auxiliares que assegurem, principalmente nos intervalos, o bem estar e a segurança das crianças. E assim é vê-los quase entregues a eles próprios, obrigados a tornarem-se independentes e auto suficientes do dia para a noite. Isso não é mau, dirão uns, faz parte da vida e do crescimento, dirão outros, e eu não posso deixar de concordar com isso, mas a questão é que eu gostaria de sentir que a minha filha o faz nas melhores condições, físicas e humanas. Neste caso, as condições físicas são excecionais, mas as humanas, ainda que possam ser de excelente qualidade, são escassas... Pronto, este é o principal contra, digamos. Nem imaginam o quanto me assusta ouvir aqui em casa o barulho dos miúdos do 1º ciclo no recreio - parece o fim do mundo! São muitos... 400! Note-se que a minha apreensão não tem a ver com a qualidade do ensino. O facto de ser uma instituição pública não me assusta minimamente porque sei, enquanto professora do ensino público, que há bons profissonais, cumpridores e zelosos das suas obrigações. Aliás, tenho algumas referências nesse sentido. Nunca pensei sequer na possibilidade de "afastar" a Laura do Ensino Público, independentemente de até ter condições monetárias para a manter no Privado. Isso sempre esteve fora de questão... Repito, o que me assusta é a dimensão da escola, o número de alunos e o número de auxiliares disponíveis para estarem com eles nos momentos de pausa nas atividades letivas, isto mais no 1º ciclo, já que na Pré os miúdos ainda têm uma rotina diferente, com espaços separados e perfeitamente demarcados.
Claro que há vantagens - quanto mais cedo se integrar a criança nestas andanças mais facilmente esta desenvolve aquelas capacidades consideradas essenciais como sejam a autonomia e o saber reagir a situações, digamos, mais adversas. Aliás, o futuro delas passa por grandes escolas que implicam misturas de várias faixas etárias, com tudo o que isso implica.
No caso particular da Laura fico especialmente apreensiva porque a conheço e sei o quanto ela é zelosa do seu canto e do seu sossego. Não é uma criança que se adapte facilmente a novas situações e a novas pessoas - estou a lembrar-me da saga da ginástica e do ballet. Sempre levou o seu tempo a afeiçoar-se e a aceitar as novas auxiliares nos inícios de ano letivo - a educadora tem sido sempre a mesma. Enfim, é uma menina que precisa de tempo... Tenho noção de que não vai ser fácil para ela, mas também sei que isso lhe passa e que acabará por se integrar perfeitamente no nova rotina. De qualquer maneira, a apreensão está cá... Coisas de mãe, já sei!
Se as minhas queridas leitoras tiveram paciência para ler tudo, peço que deixem aqui a vossa opinião relativamente ao que escrevi. Qualquer palavrinha que me alivie de alguma maneira, será bem vinda...
:o)
... estou a tratar das papeladas para o ingresso da Laura no Ensino Público. As circunstâncias mostram-nos que é a opção correta, mas sinto uma apreensão que a "razão" não consegue afastar. Um dia destes explico-vos os porquês, os prós e os contras. Hoje não apetece...
:o)
... basta-me a tua presença e o teu sorriso constante e tão presente...
Obrigada, Laura, a mamã adora-te!
:o)
Parece que ainda vou a tempo! Já tinha pensado que gostaria de participar na história contada em três fotografias, mas faltava-me criatividade para ser minimamente original. Ao olhar para a Laura a brincar, tive uma ideia que concretizei em três tempos. Pode não ser muito criativa ou original, mas é nossa. Somos nós. Ei-las.
E foram felizes para sempre...
:o)
Tinha saudades da Feira do Livro... Quatro anos sem ver Lisboa do alto do Parque Eduardo VII... Como é possível...?! Quatro anos! Muitas saudades mesmo e o desejo de voltar para o ano e todos os anos. Porque não, se era coisa que fazia religiosamente ano após ano, desde os tempos de menina e moça, na companhia do meu pai, companheiro de tantas aventuras literárias? Para o ano e todos os anos, fica aqui a intenção...
Eis uma breve reportagem fotográfica dos "ganhos" da Feira do Livro - para ela e para nós...
Não resisti a este livro-casa para ela. Ou será uma casa-livro? :o)
As compras para ela e a pensar nela - os Contos de Grimm , Alice no País das Maravilhas e Alice e o outro lado do espelho terão de esperar uns aninhos, mas sim, para ela...
A nossa pilha... :o)
Aproveitei a oportunidade para pedir dois autógrafos a dois senhores que admiro particularmente e cujos livros estavam na minha lista - Mia Couto (A confissão da leoa) e Pepetela (A sul. O sombreiro). Sou admiradora da obra de ambos desde os tempos da faculdade. Foram-me "apresentados" numa disciplina denominada Literatura Portuguesa de Expressão Africana. Aconselho vivamente a sua leitura. Já agora, fiquem-se com a inscrição que está no verso do livro de Mia Couto que comprei hoje, A confissão da leoa - Tristeza não é chorar. Tristeza é não ter para quem chorar...
:o)