Por cá achávamos - e ainda achamos, mas isso de pouco vale como já vão perceber a seguir - que a apresentação da Laura ao mundo dos PC´s, jogos e afins deveria ser feita o mais tarde possível, isto porque todos sabemos que essas coisas se entranham com demasiada facilidade nas crianças e acabam por ser um entretém que elas elegem em deterimento de outros que, por cá, achávamos - e achamos! - mais pedagógicos e profícuos. Para além disso, também é conhecida a rapidez com que elas aprendem e passam a "dominar" as novas tecnologias...
Ora, na ficha de avaliação do 1º período, deparámo-nos com um item que tem a ver com as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação). Aquilo que é avaliado neste parâmetro prende-se com a destreza no manuseamento do rato, com a capacidade de selecionar/jogar jogos próprios para a idade, escrever o seu nome utilizando o teclado, desenvolver algumas atividades em suportes pedagógicos adequados ao nível de ensino, etc e tal. Claro que a Laura obteve um compreensível "Não Adquirido" a tudo, uma vez que cá em casa sempre lhe foi vedado o acesso a esse tipo de coisas pelas razões já enumeradas. Apesar de terem um computador na sala de aula, é óbvio que 24 crianças nunca poderão aprofundar muito o conhecimento que têm do "bicho", digamos. Conversa puxa conversa, e ainda que contrariados, lá decidimos iniciá-la nestas lides. Dizer que aprendeu tudo enquanto o diabo esfrega um olho é pouco. A garota parece que nasceu com um rato na mão e um ecrã à frente dos olhos. Começámos com um jogo didático que lhe foi oferecido e que é uma iniciação ao mundo das letras e das palavras. Depois pesquisámos e encontrámos um site com muitos jogos adequados à sua idade e que, claro está, faz as suas delícias (friv.com para quem tiver curiosidade). A avaliação do 2º/3º períodos não podia ser outra no parâmetro das TIC - tudo (mais que) adquirido, claro!
Nunca a ensinámos a ligar e a desligar o portátil que está sempre na sala de jantar, mas o certo é que já foi "apanhada" a jogar sem que nenhum de nós tivesse ligado o computador. A Laura observou o que fazíamos, assimilou, repetiu e aprendeu. Desde o ligar, a aceder à net, passando por escrever FRIV e selecionar o jogo, ela dá conta de todo o processo. Medo, digo eu! Desde que descobrimos esta "habilidade" estamos atentos e já lhe foi bem explicado que NÂO PODE ACEDER AO PC SEM A PRESENÇA OU CONCORDÂNCIA DO PAI E DA MÂE, mas, para evitar futuras tentações, vamos modificar o acesso e fazê-lo através de password. Acabou de completar 6 anos e parece-me tudo muito excessivo, mas de que adianta pensar assim quando o currículo escolar "exige" que miúdos da pré tenham conhecimentos e destrezas a este nível!
Por outro lado, há uma coisinha que nos consola... O comando já vai sendo dela - quando o "apanha", enfim! - , mas o on/off da televisão ainda nos pertence por completo e assim permanecerá durante muito tempo, venha quem vier!
;o)