Amanhã, dia 5 de Junho, vou pela primeira vez ao hospital. É a tomada de consciência que faltava: está para próximo.
Tenho andado tão ocupada que nem dou pelo tempo passar. A cabeça anda a 200 km/hora, num contraste patético com os 50 km/hora do corpo. Mil e uma coisas para ultimar antes do descanso merecido têm-me mobilizado o tempo e ocupado o pensamento. Esta semana termino os afazeres profissionais. Finalmente!
Estou ansiosa por poder descansar e desligar, um pouco, do mundo lá fora. Quero dedicar-me só a nós duas, usufruir destes últimos dias de intimidade total e absoluta antes da partilha da Laura com o mundo. Vou ter saudades, eu sei que vou ter saudades... É complicado falar de sentimentos a este nível. Quem passou pela experiência saberá do que falo. Tudo o que disser é pouco, fica aquém... É como se o nosso corpo deixasse de ser apenas nosso; por algum tempo ele deixa mesmo de nos pertencer. É o invólucro perfeito, o aconchego que gera vida... E as emoções... arrebatadoras, demolidoras, desconcertantes... O meu mundo foi avassalado da forma mais doce possível. Se o que aí vem promete ser grandioso, o que já se passou nunca será esquecido. Sei que a Laura vai saber quem é a mãe dela. Nunca nos vimos, nunca nos olhámos, mas já partilhámos tanto...
:o)))