E pronto, cá está a tela da Laura oderecida generosamente pela querida Joana e a sua Lojinha Jota. Só para contextualizar, este foi o prémio de um passatempo promovido pelo Clube Mammy em que participei. O que tive de fazer? Escrever um texto em que surgissem as palavras... Sou mãe e... Aqui fica o texto para quem ainda não teve oportunidade de ler. Mais uma vez, obrigada Joana, amei! E que bem fica no quartinho da princesa...
Sou mãe e essa é a parte mais feliz de mim. Nada se lhe compara... Falar sobre isso é complicado porque é uma coisa tão minha!! Como transmiti-lo por palavras?! Tenho tentado fazê-lo, mas fica sempre a sensação de que nada do que possa dizer/escrever chega perto do que sinto.
É um mundo completamente novo. Costumo dizer que a minha vida se divide em duas eras, a pré e a pós-maternidade. Na verdade não é tanto a vida que muda, somos nós que mudamos. Nas “vésperas” da maternidade fazem-se contas e antecipam-se as saudades que algumas coisas vão deixar – as férias que já não se podem fazer da mesma forma, as noitadas com os amigos, a simples ida ao cinema, os jantares a dois, o levantar tarde e más horas... Não demorei para descobrir que, afinal, nada disso faz assim tanta falta. Ver a nossa existência centrada num bebé pode parecer redutor, mas preenche-nos de uma forma surpreendentemente doce e aconchegante. Nada é mais delicioso que os momentos que partilho com a minha filha. Nessas ocasiões poderiam aliciar-me com tudo que eu não cederia um segundo do tempo que passo com ela. Nada nem ninguém me devolve de forma tão inocente e desinteressada aquilo que dou.
Há uns meses vi um programa da Oprah que tinha como convidada Sinead O'Connor. A cantora assumiu a sua bipolaridade e utilizou uma metáfora impressionante para explicar o seu estado de espírito. Dizia ela que se sentia como um balde furado, com lágrimas e tristeza a sair por todos os buraquinhos de forma ininterrupta. Não sabia explicar porquê, mas a tristeza era permanente, ainda que nem sempre fosse perceptível para os outros. Depressa me apropriei dessa imagem, mas ao contrário. Sinto-me um balde furado sim, mas o que sai pelos buraquinhos é uma alegria imensa feita de sorrisos e doçuras. Toda eu sou emoção. A qualquer momento do meu dia posso ser literalmente assaltada pela doce imagem da minha princesa. Em qualquer contexto a lembrança dela pode levar-me a alhear-me da realidade. Pode ser imperceptível para os outros, mas a emoção de ser mãe está sempre presente em mim. Não sou sequer daquelas mães que falam imenso das suas crianças, mas a minha filha está-me permanentemente na retina e no pensamento. Olhares mais atentos podem dar comigo a sorrir de forma meio pateta e descontextualizada. Se perguntarem, explicarei. Eu sei porque sorrio e é quanto me basta.
As sensações são as melhores do mundo! O quentinho do seu corpo, a forma como se enrosca e encaixa em mim, o seu toque, o seu olhar fixo, o seu sorriso doce... sinto-me especial por ser alvo de tanta ternura e agradeço todos os dias por isso. Mas o melhor, o melhor de tudo, é saber que estou apenas no início daquela que é a aventura da minha vida. A responsabilidade é enorme, os obstáculos existem e não vivemos num mundo cor-de-rosa. Tenho plena noção que eu sou apenas uma das inúmeras influências/referências que marcarão a vida da minha filha. No entanto, naquilo que estiver ao meu alcance, não falharei. O meu empenho é total e a minha dedicação permanente. É o meu cavalo de batalha, o meu ponto de honra, o meu objectivo – fazer da minha princesa uma cidadã exemplar neste mundo de loucos. A minha divisa está escolhida. Parafraseando um senhor chamado Johann Goethe, Ensinam-se as crianças a amar, amando-as...
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