Foi assim que fiquei ontem, quando deixei a Laura na creche, de manhã. Não queria ficar, agarrou-se a mim completamente fora de si, a gritar mamã, mamã e teve de ser literalmente arrancada dos meus braços pela auxiliar. No dia anterior já tinha ficado contrariada e meio chorosa, mas ontem foi demais... Saí de lá de rastos.
A explicação é simples. Esta semana entra mais cedo a nova auxiliar e a Laura não simpatiza com ela - ainda! - e não gosta de ser recebida só por ela, de manhã. A educadora só entra às 10 horas. Eu sei que ela depois fica bem e passa o dia na maior - gosta genuinamente dos amiguinhos, do espaço e das brincadeiras -, mas ainda não criou laços com a nova auxiliar. Ela adorava a que saiu, acho mesmo que se sentia mais ligada a ela que à educadora. Quando a fui buscar ontem, a educadora disse-me que quando ela chega a Laura já está igual a ela própria, como se nada se tivesse passado.
Quando a fui buscar disse-lhe que a mãe ficou muito triste e chorou muito por a ter deixado assim, a chorar, e vi consternação no seu semblante. É que a Laura não suporta a ideia da mãe, do pai ou de alguém de que ela goste estar triste, com dói-dói ou perturbada de alguma forma, só quer dar beijinhos e desfazer o mal que fez - às vezes fazemos um bocadinho de chantagem com isso, admito! A minha esperança é que amanhã se lembre da tristeza que provoca na mãe com esse comportamento e acabe por ficar bem. Vamos ver...
Estou pouco habituada a reacções destas por parte da Laura. Aliás, posso até dizer que nunca tinha acontecido nada de semelhante a ontem... nunca... daí ter-me custado tanto. Durante muito tempo não me consegui concentrar em nada, só pensava nela e ouvia os seus gritos a chamar por mim. Uma dor cá dentro, um aperto... Ñão quero voltar a sentir nada parecido... não quero, Laura!
:o))